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História da Harley Davidson no Brasil

A primeira motocicleta foi fabricada em Milwakee 1903 pelos dois jovens (tinham menos que 25 anos na época) William S. Harley, de vinte e um anos e seu amigo de infância Artur Davidson. Desse modelo, cuja única suspensão eram as molas do selim, foram fabricadas 38 motocicletas entre 1903 e 1905.

A partir de 1906 e até 1907, com vários melhoramentos no motor, troca de carburador e com a utilização de um sistema de mola dupla na suspensão dianteira, a produção atingiu a marca de 200 unidades no período.
Devido ao fato das motos saírem da fabrica pintadas da cor cinza (única cor oferecida a partir de 1910), as motos Harley – Davidson ganharam o apelido de “Silent Grey Fellow”.

Novas monocilíndricas batizadas de “modelo 5”, com pequenas modificações do modelo de 1906, foram lançadas, até que em 1909 foi fabricada a primeira bi-cilíndrica em linha com 45 graus. Esse modelo não obteve sucesso comercial devido ao preço (U$325) e a problemas técnicos de um motor com válvula de admissão atmosférica e a pressão do bloco do motor de uma V-Twin. Hoje se conhece somente dois exemplares deste modelo.
Em 1911 foi lançada a dois cilindros que iniciou a fama da fábrica: recebeu a denominação de “modelo 7D” e tinha válvula de admissão mecânica (motor tipo “pocket valve”) e tensor na correia de transmissão de couro. A partir de 1912 se já vendiam mais bi-cilíndricas que mono-cilíndricas.

As motocicletas da fábrica evoluiram com a adoção da mola no tubo que sustenta o selim, rebaixamento da parte superior do quadro, aumento da cilindrada para 1000cc e respectivamente a potência.
Finalmente em 1914 foram lançados os modelos com corrente de transmissão ao invés de correias de couro e do suporte de pé tipo “plataforma”. O cinza permanecia a única cor ofertada.
Em 1914 as motos passaram a ter 2 marchas, pedal de kick e corrente primária (até então era transmissão direta). Foi também o ano da introdução dos sidecars. A popularidade das motocicletas atingia o auge.

Em 1915 era lançado o modelo “J” com 3 marchas, 1000cc e sistema completo de iluminação, que se tornou o “top de linha” até 1921 quando foi lançado o modelo “JD” com 1200cc mais adequado a puxar um sidecar, cujo motor se distinguia externamente do “J” por conter 6 aletas acima da saida do escapamento ao invés de 5 do modelo “J”.
Na época eram oferecidos 16 modelos entre 2 cilindros e mono-cilíndricas, diferenciados pela letra após o ano (exemplo 16B monocilíndrica fabricada em 1916 com 6HP ou 16J bicilíndrica fabricada em 1916 com 3 marchas e elétrica).
A partir de 1917 a cor verde oliva passou a ser utilizada nos modelos da marca, em 1922 foi adotada a pintura em verde amarronzado (brewster), voltando o verde oliva em 1924 e em 1926 foram oferecidas as cores branca e creme como opcionais.

Em 1925 ocorreram mudanças significativas no estilo das motos com a troca do tanque tipo “caixão” para a forma de “gota” e paralamas mais largos. No período mudanças mecânicas foram adotadas paulatinamente tais como novo quadro rebaixado, garfos dianteiros reforçados, freio dianteiro, pontos de lubrificação na transmissão, novos escapamentos, pistões em liga de ferro, etc.

Finalmente em 1929 foram lançados os primeiros modelos com motor de válvulas laterais de maior potência. Esta configuração de motor posteriormente se tornou conhecida pela economia, durabilidade e confiança no desempenho. O quadro, os garfos dianteiros, rodas e freios também mudaram para acomodar a maior potência e peso (quase 45kg a mais que a J). Estavam disponíveis os modelos “D” bicilíndrica de 750cc (e DL de alta compressão), “C” monocilíndrica de 500cc e “V” de 1200cc (e VL de alta compressão).
Os primeiros exemplares apresentaram problemas de embreagem, escapamento, volante, molas de válvula fracas e lubrificação ineficiente que foram sendo corrigidos com o tempo.
Além das cor verde oliva, eram oferecidas como opcionais as cores preta, cinza, azul, marrom, creme e verde piloto. A partir de 1931 a fábrica oferecia pintura opcional em 2 cores (saia e blusa) nas combinações preto/vermelho, marrom/creme, branco/dourado ou azul/cinza.
Em 1934 ocorreram mudanças no visual das motocicletas com a adoção de paralamas com saia lateral e a adoção de escape rabo de peixe. Os melhoramentos mecânicos foram a melhor refrigeração dos cilindros, bomba de óleo melhorada, garfos reforçados e novo gerador. A partir de 1935 as 750cc (45″) passaram a se denominar modelo “R” e foi lançado o modelo de 1340cc (80″) VLH que usava o mesmo diâmetro do cilindro da 1200cc porém tinha um curso maior.
As cores saia e blusa eram vermelho teak/preto, azul veneziano/cinza, verde verdejante/preto, marfim egípcio/marrom regente, verde oliva/preto.
O ano de 1936 presenciou o lançamento do quadro de berço tubular para as big twins (modelos acima de 1000cc) e a introdução de um novo motor de 1000cc (61″) com válvulas na cabeça, apelidado de “knuckel head” pelo formato de punho do cabeçote. Novo adesivo do tanque (cometa estilizado que ficou em uso de 1936 a 1939) com a colocação do painel acima dele. Um novo recorde de velocidade (219km/h) foi batido em Daytona com a versão de alta compressão EL.
Por volta de 1938 praticamente todos os melhoramentos das “big twin” foram introduzidos nas 750cc (45″), tais como rolamentos na ponta do virabrequim e comando um uma peça. A transmissão teve um novo mecanismo de câmbio com engrenagens reforçadas. A bomba de óleo foi melhorada e aletas de refrigeração foram adicionadas à tampa do distribuidor e no lado esquerdo do bloco do motor.
As cores saia e blusa eram verde sherwood/cinza, vermelho teak/preto, cinza crepúsculo/polido, azul veneziano/creme croydon, marrom/nilo verde.

Embora o exército Norte Americano já tivesse modelos de 1200cc com ou sem sidecar em utilização, com o advento da II Guerra Mundial, em 1940 foram compradas 745 motocicletas de 750cc. A especificação do exército exigia que a motocicleta não aquecesse em baixa velocidade e que atingisse a velocidade de 105km/h.
A fábrica aumentou o garfo tubular do novo modelo em 6,03 cm para permitir que a moto passasse em terrenos acidentados e equipou as motos com cabeçotes de alumínio (o mesmo dos modelos de competição WLDR), pedaleiras plataforma no formato de um D, mata-cachorro, bolsas laterais, proteção extra do carter e bagageiro.Filtro de ar imerso em óleo, e melhoramentos na embreagem e na lubrificação do motor completam o modelo que foi chamado de “WLA”.

Em 1941 foram lançados modelos que incorporaram os melhoramentos e a experiência da decada anterior. As forças policiais, acostumadas com as JD de 1200cc, pediam a mesma cilindrada na Knuckle Head o que permitiria velocidades maiores; outras mudanças foram aprimoramentos na embreagem, caixa, lubrificação do cabeçote, bloco do motor reforçado e eixo da biela reforçado.
Os pneus mudaram para 5.00 x 16″. o fundo do velocímetro passou de branco para preto, o tanque levou uma faixa cromada dividindo-o ao meio. O modelo da Knuckle Head de 1200cc tomou o nome de F (FL para alta compressão) e os de válvula lateral U (UL para alta compressão) e ULH para o modelo de 1340cc. O mostrador no painel “olhos de gato” permaneceu até 1946.
As cores disponíveis eram o azul clipper, vermelho voador, verde crusador, preto e verde oliva.
Enquanto em 1948 as modelos “U” saiam de linha de produção deixando somente as WL45 como modelo de válvula lateral, era introduzido o modelo Pan Head, denominado assim por causa do formato de panela da tampa de válvulas. A Pan Head não era somente um novo cabeçote, o quadro mudou para acomodar um motor mais alto, mais leve e com dutos de lubrificação internos. Era equipada com uma nova bomba de óleo, mas a mudança mais significativa eram os tuchos de válvula hidráulicos que permitiam que o ajuste perfeito das válvulas fosse menos crítico e o motor assim trabalhava mais frio. Um novo comando acompanhava o sistema.
As cores disponiveis eram o azul azure, vermelho voador e preta.
Em 1949 foram introduzidos os garfos hidráulicos e o modelo ganhou o nome de “Hydra-Glide”. Os paralamas tambem mudaram com um corte superior mais reto. Em 1952 foi oferecido o câmbio no pé como opcional e o câmbio manual permaneceu em catálogo até 1972. O ano de 1952 foi o último ano para a WL de 750cc e para a EL Panhead de 1000cc.
Em 1955 foi lançado o modelo FLH de 1200cc com compressão de 8.00:1 e 60 hp. Desta vez o “H” não representava o aumento da cilindrada para 1340cc como anteriormente, porém um aumento de performance originada por mudanças nos coletores de admissão e novo cabeçote.

O motor de 750cc de válvula lateral permaneceu em produção até 1973, em parte devido ao Servicar e por outro lado pelos modelos WR de competição e o K lançado em 1952 com caixa de marcha no bloco do motor (unit) e balança traseira. Esses modelos esportivos eram muitissimo apreciados pela durabilidade e baixo custo de manutenção, ao qual veio se juntar em 1957 o modelo XL Sportster.

Em 1958 o modelo “Hydra-Glide” transformou-se no “Duo-Glide” com a utilização de uma balança na suspensão traseira, que além dos amortecedores traseiros trazia outras inovações tais como freio hidraulico traseiro, transmissão e embreagem reforçadas, aletas de refrigeração no cabeçote aumentadas e molas de válvula mais fortes.
As cores disponíveis eram o azul celeste/branco, vermelho calipso/branco, cinza sabre metálico/branco e preto/branco.

A adição de partida elétrica em 1965 fez com que a “Duo-Glide” se transforma-se na “Electra-Glide”.

A associação com a Aermacchi introduziu no mercado Norte Americano diversos modelos de baixa cilindrada a partir de 1955. Em 1978 as participação na Aermacchi foi vendida para a Cagiva.

Em 1966 um novo motor é lançado o “Shovelhead” que banhou esta denominação porque lembra o formato de uma pá. De certa forma foi um retorno ao passado da “Knuckel Head” com a cabeçote/alojamento das válvulas servindo também de tampa para o conjunto. O resto do motor era basicamente o mesmo da “Pan Head”. Os primeiros modelos foram chamados de “Panshovel” e se distinguem por ter o compartimento do distribuidor bicudo como a “Pan Head”, até 1969.

Em 1969 a AMF-American Machine and Foundry adquire a fábrica Harley Davidson inaugurando uma nova era de modelos de baixa e alta cilindrada, inclusive a FX Roadster de 1200cc desenhada para competir com as japonesas porém que não teve muito sucesso.
O freio a disco dianteiro é adicionado nos modelos a partir de 1972 e a potência é elevada para 66hp em 1974.
Para atender à crescente demanda do Governo Brasileiro é estabelecida em 1976 uma montadora em Manaus com a denominação de “Motovi”. Montava as FL, as SS125cc e as SS175cc para o mercado Brasileiro.
Em 1977 a fábrica nos EUA lançava novamente um motor de 1340cc (81″) com a denominação FLH. Com a compressão de 8:1 e 66hp e aumento tanto no diâmetro quando no curso dos pistões. O motor tinha uma aleta a menos que o diferenciava das 1200cc além de uma grande tampa do filtro de ar marcada 80.

Outros modelos foram lançados nesse ano tais como o modelo XLCR Cafe Racer de 1000cc, que não teve sucesso, porém também a FXL Low Rider de 1200cc desenvolvida na linha de motos Cruiser: uma mistura de custom, chopper e clássica aliadas a boa performance, design e custo baixo. Pneu 3.50 x 19″ na frente enquanto o traseiro permanecia 5.00 x 16¨. Ainda tinha relógios encima do tanque, porém embaixo do velocímetro existia um tacômetro. No final de 1978 os modelos Cruiser já vendiam mais que a linha FL.

Em 1980 foi introduzida a correia dentada em substituição da corrente de transmissão e finalmente em 1984 foi introduzido o motor Evolution.


Autor desconhecido: Texto amplamente divulgado nas redes sociais sem autoria declarada.

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